25/06/2011 – Às 16:00h, lá fomos nós, de barca e cuia, para PAQUETÁ. Não tinha nenhuma expectativa, até porque só decidi mesmo ir pra lá por pura afronta ao fato de não conseguir ir à Ilha Fiscal. Embora desde criança ouvisse falar da ilha e sempre que ia ao Rio ouvia alguém dizer “vamos um dia a Paquetá!” No final nunca dava certo e eu, até então, só conhecia a ilha mesmo através da narrativa açucarada de “A Moreninha” (Joaquim Manuel de Macedo).
Balsa… Barca, não sei, só sei que parece um cinema flutuante:
A vista da Baía de Guanabara, como sempre, impecável:
E, logo no início da travessia, fomos presenteados com um avião voando bem baixinho, pronto para pousar no Aeroporto Santos Dumont… Um espetáculo à parte (já que adoro aviões!rs), sem zoom:
A graça acabou por aí. Esperava uma travessia de no máximo meia hora e, tão certa disso, sequer procurei saber o tempo exato do percurso. 17:00h e nada de chegar. O sol já começava a despencar no mar e nada de Paquetá:
A razão da minha impaciência era exatamente saber o que faríamos por lá à noite?
17:15, uma hora e 15 minutos depois… Chegamos… Ô… Por sorte ainda sobrava um fiapo de luz do sol escapando no horizonte e deu para perceber a beleza bucólica da ilha:
Pronto! Todo mau humor acabou por aí e eu já estava novamente com os olhos arregalados querendo tirar foto de tudo:
O miolozinho onde fica o terminal hidroviário não é de todo atrativo a um primeiro olhar. Meio bagunçadinho, é preciso um segundo olhar, mais sereno e menos crítico, para começar a perceber a beleza peculiar do “bairro”:
Ainda meio perdidos, fomos abordados pelo Felipe, que nos ofereceu um “charretour”. Tinha de R$ 50 e R$ 70. O mais caro e mais completo deve realmente ser muito bacana, mas como já estava anoitecendo, fechamos o de R$ 50, que após muito choro virou de R$ 40… rs rs… E detalhe, o preço é pelo passeio e não pelo número de pessoas. Seguimos com o Felipe e em pouco tempo já estávamos apaixonados por Paquetá:
A sensação é de que a barca que vem do Rio é na verdade uma máquina do tempo… rs rs… O movimento sem pressa das pessoas, as casas simples de grandes jardins e árvores robustas, o tráfego de charretes que se cruzam pelo caminho e os cumprimentos familiares de um lugar onde todo mundo se conhece… Deixou o Rio a pelo menos um século de distância:
Veículos automotores são proibidos na ilha, onde só dois carros têm autorização para trafegar: a ambulância e o caminhão que abastece os estabelecimentos comerciais. No mais, só bicicletas e charretes:
No nosso charretour, conhecemos o único cemitério de pássaros que se
tem notícia:
A pedra dos namorados. Nela, os solteiros podem jogar três pequenas
pedras e se uma delas não cair é sinal de que o príncipe ou princesa encantada
está a caminho… rs rs. Superstição melosinha como outras lendas que povoam a ilha. Tudo é romance! rs
E vimos a Ilha de Brocoió, residência oficial de veraneio do Governador do
Estado. Até o momento, não é aberta à visitação e sequer é permitido se aproximar. Há uma distância limite que deve ser observada por embarcações e banhistas:
Encerramos o passeio na Praia da Moreninha:
De lá retornamos ao ponto de partida, na Praça Pedro Bruno. No percurso, vimos ainda a casa de José Bonifácio, o “Patriarca da Independência”. Está fechada e à venda, por quase dois milhões de reais (saiba mais aqui). Espero que alguém de bom senso compre e dê ao lugar a importância histórica que ele merece:
Voltamos na barca das 19:15h, com a certeza de que na próxima viagem ao Rio um dia será dedicado à Paquetá. Pelo pouco que vimos, não há hotéis ou restaurantes sofisticados, nem badalação típica de cidades de veraneio… Mas foi exatamente isso que nos conquistou, a serenidade inocente do lugar.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
– No Rio, as barcas para Paquetá saem da Estação das Barcas na Praça XV, mais ou menos de duas em duas horas. Para retornar, há barcas saindo de Paquetá para o Rio também no intervalo de duas horas. Confira todos os horários aqui.
– A travessia custa R$ 4,50, R$ 9,00 ida e volta, e dura 1 hora e 15 minutos.
– Mais informações sobre o transporte em http://www.barcas-sa.com.br .
– Mais informaçãos sobre Paquetá em http://www.ilhadepaqueta.com.br .
– Curioso: Paquetá, ilha situada na Baía de Guanabara, é na verdade um bairro da cidade do Rio de Janeiro, vinculada à subprefeitura do centro da cidade. Saiba mais aqui .
– Para entender como Paquetá surgiu no nosso roteiro carioca, leia também Espaço Cultural da Marinha.
– Para passear pela Praça XV antes do embarque, leia Um passeio pelo Centro II – Praça XV.
– Para saber tudo que fizemos no nosso São João carioca, visite a categoria RIO. Básico.
Obrigada por falar de Paquetá. É um lugar mágico.
Volte quando quiser.
Estive em Paqueta no dia 19/02/2015 ,para comemorar 32 anos de casado . Passei por todos os lugares citados nesse texto e fiquei decepcionado . Tudo muito caro . è mais barato ir a São paulo do que andar por 45 minutos de charrete ou naquelas bicicletas elétricas transformadas em charrete . a conservação dos banheiros do parque Darke não existe . e os funcionários todos sentados pelos bancos do parque sem mover uma palha . ainda assim gostei de voltar a paqueta depois de 30 anos e rever as belezas do local e sua gente .
Oi, Luciano!
Que pena.
Paquetá realmente não é bem um lugar turisticamente engajado.
Acredito que para ir até lá é preciso esperar apenas por uma cidadezinha tranquila cercada por algumas belezas naturais.
Mais que a apresentação, o que mais gosto em Paquetá é essa atmosfera de interiorzinho.
Para o turista, fica a importância do seu relato, expondo o lado negativo desse pouco desenvolvimento.
Obrigada pelo retorno.
Abraço,
Anna
Lindo post 🙂
Achei Paquetá uma graça.
Lindo video que mostra o verdadeiro espirito da ilha de paqueta!LINDO!
Que lindo, Caio!
Amei