Nós chamamos de vinícolas, eles chamam de bodegas. Vamos esclarecer então que as bodegas de Mendoza não ficam na capital. Boa parte delas estão na região denominada vitivinícola central, nos municípios vizinhos – Maipú e Luján de Cuyo. E a região também é produtora de azeite, por isso considere incluir pelo menos uma olivícola no seu roteiro 😉
Quanto tempo dedicar às bodegas, isso depende de você. Acredito que cada um monta sua viagem do seu jeito, de acordo com seus interesses e prioridades. Muitas pessoas dedicam vários dias para conhecer diversas bodegas, outras não. No nosso caso, reservamos uma tarde para conhecer bodegas em Maipú, na área metropolitana de Mendoza, a 15 km da capital < estamos incluídos naquele ‘outras não’ >
Fomos de ônibus até Maipú e lá alugamos bicicletas para conhecer as bodegas. Se essa também é sua pretensão, esse post pode te ajudar.
PEGANDO O ÔNIBUS PARA MAIPÚ
– Antes de mais nada, você vai precisar comprar e carregar o cartão ‘Red Bus’, utilizado no transporte coletivo. É vendido em vários estabelecimentos da cidade, como pequenos mercados e lanchonetes (falamos dele aqui).
– Siga até a Rua La Rioja. O ponto dos ônibus para Maipú fica nesta rua, no trecho entre as ruas Garibaldi e Catamarca, bem em frente a Universidad del Aconcágua. Confira no mapa.
– Para Maipú, os ônibus são número 10:
– Várias linhas seguem para a cidade vizinha, mas para as vinícolas use as linhas 171, 172, 173 (numeração que aparece no painel luminoso no para-brisa do ônibus).
– Você entra no ônibus e aí vem a primeira dificuldade: como saber o local exato para descer? Fomos perguntando para o motorista e para alguns passageiros e eles diziam sempre a mesma coisa: mais a frente. Como não tínhamos a menor noção de onde seria ‘mais a frente’, decidi descer na primeira praça onde vi um posto de informação, já em Maipú – Plazoleta Rutini.
– Caso não tenha roteiro definido, desça nesta praça. Nela há um posto de informação onde as atendentes, muito simpáticas e atenciosas, oferecem mapas de Maipú e informações das bodegas dessa região do município, chamada Coquimbito.
– A praça fica na Avenida Urquiza e o ônibus para bem em frente, na calçada da Galeria Comercial Paseo Ruttini.
– Segue o mapa de Coquimbito, região que visitamos. Clique na imagem para ampliar 😉
ALUGANDO A BIKE
– Depois da praça, siga na Avenida Urquiza, no sentido oposto a Mendoza, e logo encontrará duas casas que alugam bicicletas. Alugamos na Mr. Hugo, pois já havia lido boas referências do serviço.
– O atendimento na Mr. Hugo também é muito simpático e descomplicado. Você paga e já pega sua bicicleta (70 pesos por um dia – em maio de 2015). O bacana é que a maioria das bikes tem cestinhas, imprescindível para quem pretende comprar vinhos durante as visitas.
– Na locação da bike eles também oferecem um mapa e alguns cupons de descontos em algumas bodegas . Aqui, uma ressalva, os mapas fornecidos são sempre diferentes e, quando não dá um nó na cabeça, um acaba complementando o outro 😉
– De posse dos mapas, você vai escolhendo onde quer ir. No mapa fornecido no Posto Turístico há informações básicas dos estabelecimentos indicados, o que ajuda na escolha.
ESCOLHENDO AS BODEGAS
– Para quem não pretende se aprofundar no tema, tampouco é um expert em vinhos, o ideal é escolher, basicamente, uma bodega de larga produção e uma bodega familiar, denominadas bodegas boutique. Uma opção de bodega-boutique em Coquimbito é a Domiciano.
– Como bodega de larga produção nessa região, acho imperdível conhecer a Bodega La Rural, umas das mais tradicionais de Mendoza, onde também funciona o Museu do Vinho, com cerca de 4000 peças originais do ciclo de produção de vinhos ao longo dos anos.
– Fundada em 1885 por Dom Felipe Rutini, hoje é uma das principais produtoras de vinho de alta qualidade da Argentina, reconhecida internacionalmente.
– A visita livre é gratuita, mas não dá direito a degustação nem acesso aos vinhedos. A visita guiada, mais completa, é paga (em maio de 2015 custava 50 pesos por pessoa) e o valor é abatido na compra de vinhos. Tours guiados em espanhol e inglês.
– Na bodega, compramos um Rutini Malbec 2013 (bem mais em conta que em Mendoza, onde os preços chegam até 30 pesos de diferença).
– Ficou a vontade de conhecer uma olivícola. A mais próxima – Santa Augusta – no caminho para a Bodega Trapiche, já estava fechando quando passamos 😦
– Para a Bodega La Rural não foi preciso fazer reserva. Algumas bodegas dessa região não fazem essa exigência, entretanto, você fica correndo o risco de pedalar, pedalar,pedalar e dar com a cara na porta por não ter reservado. Foi o que aconteceu com a gente na estrelada Bodega Trapiche, que só trabalha com reservas.
– De consolo, ficou a graça de encontrar no caminho para a Trapiche duas lhamas amigáveis e sorridentes, passeando entre as oliveiras.
SOBRE ESSE PASSEIO É BOM SABER QUE:
– Algumas bodegas cobram entrada e/ou degustação, mas boa parte dos estabelecimentos abate o valor na compra de vinhos.
– A ideia de alugar bicicleta é bacana, desde que você esteja preparado para percorrer, no mínimo, 5 km. As bodegas são espalhadas e para chegar a algumas delas é preciso pedalar por quase 10 km.
– Embora os caminhos sejam agradáveis, entre vinhedos e olivais, quem é sedentário pode não ter fôlego para encarar as distâncias.
– Considerando o tempo do deslocamento entre uma vinícola e outra, talvez duas bodegas seja o número viável de visitas para uma manhã ou tarde. Algumas delas não abrem aos domingos e feriados.
– Com planejamento você pode conhecer bodegas sem percorrer grandes distâncias. É o caso, por exemplo, da Bodega La Rural e da Domiciano, que ficam próximas a Plazoleta Rutini e, de quebra, do Restaurante Casa de Campo, nosso escolhido para almoçar. Confira no mapa 😉
– Como foi dito no início, Maipú é uma cidade vizinha a Mendoza, na área metropolitana da capital. Ocorre que, mesmo em Maipú, as bodegas não estão concentradas em uma única região. Nós paramos em Coquimbito ( a mais próxima de Mendoza), mas há bodegas em outras regiões da cidade, como a charmosa Bodega Carinae, que fica em Cruz de Piedra-Maipú. Confira no mapa abaixo a disposição dessas localidades em Maipú.
– O centro de Maipú também reserva boas surpresas para quem decide explorá-lo (clica na imagem para ampliar).
– Confira no mapa a localização dos principais pontos de interesse na cidade:
– Destaque para o Museu Nacional do Vinho e da Colheita, instalado em uma imponente mansão erguida no final do século XIX pelo suíço Juan Bautista Gargantini e o italiano Juan Giol, com mobília e decoração preservadas.
NO MAIS
– Como fizemos as visitas pela tarde, não almoçamos nas bodegas. Mas, por indicação das meninas do Posto de Informações da Plazoleta Rutini, antes de pegar o ônibus de volta, paramos para comer na Casa de Campo. Adoramos a experiência. Confira todos os detalhes aqui.
– Luján de Cuyo, vizinha a Maipú, situada a 30km do centro de capital, também é produtora de vinhos, integrando a região vitivinícola central de Mendoza. Nela estão bodegas de peso como Catena Zapata e Chandon. Além dela, o Valle do Uco é outra região explorada pelo enoturismo.
– Para quem não quer se aventurar em coletivos e bicicleta, o BUS VITIVINÍCOLA é uma boa opção e é possível escolher e comprar seu tour pela internet no site www.busvitivinicola.com
– Confira mais dicas de Mendoza aqui e veja os detalhes do nosso almoço em Maipú aqui.
– Para deixar sua viagem redondinha, confira também:
– Links úteis para sua viagem.
– Acompanhe nossas dicas curtinhas e rapidinhas no Instagram @misscheck
Todas as dicas dessa viagem estão na hashtag #argentinanomiss
As dicas de Córdoba você encontra na hashtag #cordobanomiss
E as dicas de Mendoza na hashtag #mendozanomiss
oiii… to adorando os detalhes dos posts. Vou para mendoza com meu namorado em outubro e queriamos conhecer uma vinicula, mas bem de boa, sem luxo, até porque nao entendemos naaada de vinho e tbm nao temos muita verba! rsrsrs… o problema é que chegaremos num domingo de manha vindo de buenos aires e pretendemos ir na terça para santiago, ou seja, o tempo é curto e nao sei se conseguimos alugar uma bike no domingo. Na imagem do post vi que o Mr. Hugo nao abre de domingo, vc sabe de mais alguma que possa nos indicar ?? obrigada!!! 😉
Oi Juliana!
Tudo bem?
Fui no mesmo esquema que você.
Mas domingo é um dia tenso para as bodegas, pois muitas delas não abrem, é preciso consultar antes.
No seu lugar, iria na segunda. É mais certo.
Veja nos mapas que postei, aqueles que tem os quadradinhos com as vinicolas,ali aparece os dias em que elas abrem. Dá uma conferida.
Qualquer dúvida, estou por aqui 😉
Abraço,
Anna
Oi, Anna! Obrigada pelo retorno!
Ufa!!! Achei no mapinha um outro lugar que aluga a bike todo dia e algumas bodegas que abrem no domingo. Nós teremos que ir no domingo mesmo, porque na segunda estamos TENTANDO arrumar uma forma de fazer o passeio da Cordilheira, pois na terça vamos embora. O pior é que eu acabei de descobrir que dia 12/10 (segunda) é feriado lá também e se ja estava diicil achar uma empresa que fizesse o percurso na segunda feira, no feriado vai ser mais dificil ainda! 😦 Mas vou tentando achar mais informações. obrigada pelas dicas! 🙂
Êêêêê! Pelos menos um problema resolvido.
O passeio pela cordilheira é tão bacana. Tomara que você consiga fazer.
Qualquer coisa, é só falar.
Torcendo pela sua viagem.
Abraço,
Anna
Oi, Anna. Que tudo seus posts! Eu e meu marido vamos à Mendoza em novembro. Fiquei muito empolgada de conhecer a cidade mas vi que ela não é muito para o nosso esquema. Nós, geralmente, vamos por conta própria, por transporte público a todas às viagens, porém na internet quase não há informação de como chegar às vinícolas por conta própria. E os preços são altíssimos, praticamente todas que vi chegam em torno de 100 dólares pelo tour, pagar 800 reais para conhecer uma bodega não tem como! Que bom que achei seu site! Agora a pedra no sapato está no passeio do Aconcagua. Pelo que vi ou vamos por conta própria e conhecemos o Parque e a Ponte del Inca. Ou vamos pela empresa que você indicou, que foi a mais barata que eu encontrei, as outras estão cobrando o triplo do preço, e conhecemos tudo menos o parque… É isso, né? (encontrei algumas que cobram 600 reais por pessoa) Realmente, Mendoza não é um lugar para mochileiros!
Oi, Grazi!
Bom saber que os posts estão te ajudando.
Realmente, Mendoza não é uma cidade barata. Mas dá pra se virar.
As bodegas, como disse no post, fizemos do nosso jeito, dentro das nossas condições, optando por aquelas com visita gratuita.
O passeio pela Cordilheira realmente é mais complicado. Mesmo indo por sua conta, é preciso reforçar que ‘de graça’ você só conhece a entrada do Parque Aconcágua.A laguna de Horcones, que é o ponto básico para quem visita o parque é uma trilha paga e não é barata (coloquei link para a tabela de preços no post Tour Alta Montaña). Alugar carro, que seria uma das melhores opções, também acaba saindo caro. Por essas questões, continuo achando que o passeio por empresa é a opção mais viável.
Qualquer dúvida, estou por aqui 😉
Abraço,
Anna
Oi Anna,
estou indo à Mendoza em fevereiro com mais três amigas, incluímos a cidade justamente para passeios nas vinícolas. Com tudo pronto, fui ver as possibilidades de transporte e me assustei. Pesquisei arduamente desde remis até pacotes de passeio com bike, e achei que nao ia ter condições de tomar uns vinhos hahahhaha. Achei seu blog e mais um outro q falava da alternativa do Mr. Hugo! Adorei, e vamos fazer esse roteiro, só iremos incluir a degustação em pelo menos uma vinícola! Obrigada!
Oi, Aline!
O Mr.Hugo é uma alternativa bacana para conhecer as vinícolas de Maipú.
Além da bike, você chegou a pesquisar os valores do BusVitivinicola?
Alguns leitores gostaram do serviço.
Qualquer coisa, estou por aqui.
Abraço,
Anna