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Arraial Velho Pousada Temática – TIRADENTES.MG

21 nov

Tiradentes é uma cidade com boas opções de hospedagem, o que, necessariamente, não implica dizer opções baratas. Ao começar minhas pesquisas, já estava desistindo de Tiradentes, já que, dentre as pousadas que me interessavam, os preços estavam bem desmotivantes.

Como tratamos no primeiro post sobre Tiradentes, conhecemos a Pousada Arraial Velho no Booking. Duas coisas nos chamaram a atenção: o estilo colonial  – exatamente o que estávamos procurando – e o preço, já que, embora entenda que R$ 180,00 de diária não é exatamente o que podemos chamar de barato, a comparação com as demais pousadas no padrão e estilo que procurávamos a tornou a opção mais viável.

E aqui, posso falar com tranquilidade, a Arraial Velho nos surpreendeu. Quando vi as fotos no Booking, achei tudo muito bonitinho, no estilo clássico colonial, mas de imediato pensei: aposto que deve estar tudo velho. Estava, felizmente, enganada.

Enganada mesmo. Primeiro porque, apesar do convincente estilo colonial, o imóvel não data do século XIX. Tem apenas onze anos e o casarão foi construído de forma pensada, seguindo o estilo das construções originais de Tiradentes, com móveis de demolição e peças de antiquário. Tudo novo, limpo e muito bem arrumado.

O quarto, na medida do que precisávamos. Tamanho satisfatório, cama confortável e piso rústico. Decoração simples, em estilo colonial, romântica e aconchegante.

Banheiro limpo e o tamanho, embora tenha lido alguns comentários negativos no Booking, em nada desagradou. Água quente e uma ducha forte, bem relaxante, nos aguardava no fim de noite. Providencial!

Fora essa descrição técnica, preciso dizer que amamos nossa Pousadinha. Pequena, confortável, graciosa, tranqüila… Vou parar por aqui… rs rs… Resumindo: somos só elogios.

E se a nota é dez para as instalações e ambientação, para a hospitalidade da equipe acho que só caberia uma nota 15. Já falamos do concurso de simpatia que parece rolar lá por Minas… rs rs.

Assim que chegamos, fomos recebidos com o sorriso hospitaleiro da Desireé. No dia seguinte, encontramos o Zé Antônio, dono da Pousada, atencioso, comunicativo e super acessível, disposto a atender qualquer solicitação dos hóspedes.

O café da manhã é servido a partir das 08:00h, em um pequeno salão cuidadosamente decorado, localizado no andar do sobrado onde funciona a recepção.

Fogão à lenha e uma cozinha aberta ao salão dão o tom de ambiente familiar.

O buffet é simples e oferece poucos itens,  mas ainda assim não deixa a desejar.

As geleias caseiras  feitas pela Paula e o pão de queijo quentinho, servido ainda fumaçando e derretendo na boca. Ninguém merece. Não dá pra reclamar de um café assim! rs rs.

E às 17:00h, ainda é servido o chá da tarde, no mesmo salão do café. Mas este, sequer tivemos a chance de degustar. Pouco tempo para conhecer a cidade não nos permitia esses pequenos luxos.

A Pousada ainda oferece piscina, estacionamento e internet WiFi.

Neste quesito, internet WiFi, não poderei opinar, pois acabei não usando, tamanho era o cansaço ao chegar no quarto, doidos apenas para tomar um banho e dormir.

 O que pode não te agradar…

– Como falei, a decoração do quarto é bastante rústica. Para pessoas que prezam por conforto acima de tudo, talvez esta não seja a hospedagem ideal. Para tanto, a pousada conta com outros quartos, mais equipados e confortáveis que o nosso, como a suíte Tiradentes:

– O nosso quarto era servido por televisão e frigobar. Não há telefones ou  interfones  nos quartos e o ventilador é daqueles simples, de mesa. Não havia ar-condicionado ou ventilador de teto (pode ser que outros quartos ofereçam estas opções. Informe-se antes de reservar)

– Notei que alguns quartos ficam próximos à escada, que é de madeira e faz aquele toc-toc de sapato, subindo e descendo. Talvez o barulho  possa incomodar. Verifique a localização de sua suíte ao reservar.

– A localização da Pousada, em relação ao Centro Histórico, é mais interessante para quem está de carro. Embora não fique tão longe do Largo das Forras e das principais atrações da cidade, rende uma boa caminhada para quem está a pé.

– O café da manhã às 08:00h pode atrapalhar os mais agoniados que, a esta hora, já pretendem estar batendo perna por Tiradentes (meu caso! ehehe Mas o café era agradável que nem me estressei com esse detalhe).

 O que pode te agradar…

– O custo/benefício, já que a Pousada oferece bons preços se comparada com outras pousadas de mesmo padrão na cidade.

– A hospitalidade da equipe é realmente um ponto altamente positivo.

– As instalações estão muito bem conservadas e a decoração faz com que a pousada seja um cenário romântico e aconchegante, muito agradável para casais e famílias.

– Pegando o gancho no tópico anterior, notamos que a maioria dos hóspedes eram casais  com ou sem filhos, reforçando a impressão de ambiente tranquilo e familiar.

– Você pode voltar para casa com as delícias da Paula na mala. Ela vende tanto as geleias, como porções congeladas de pães de queijo. Huuuummmm! O potinho de 200ml de geleia custa R$12,00 e ela te entrega fresquinho, na manhã do seu check-out. Comprei uma de morango e outra de manga com maracujá. Uma vez em casa, de volta ao lar, as pobrezinhas duraram apenas dois dias… kkkkkkk… Comemos a de morango com doce de leite cremoso… Tuuudo de bom!

– Além da Desireé, da Paula e do Zé Antonio, você ainda pode contar com a simpatia do Edmilson (recepção-noite), da Cleonice (camareira) e da Tânia (esposa do Zé Antonio).

INFORMAÇÕES BÁSICAS:

Endereço: Rua Bárbara Heliodora, nº 10, Parque das Abelhas, Tiradentes/MG.

Telefone: (32) 3355-1362.

Site: www.arraialvelho.com.br

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Oficina de Ourives Santíssima Trindade – TIRADENTES.MG

20 nov

Esta pequena fachada de apenas duas portinhas estreitas pode te induzir a erro.

Em meio ao mar de opções que rodeia o Largo das Forras, A Oficina de Ourives Santíssima Trindade passaria despercebida aos nossos olhos, não fosse a gigante flor em lata presa ao varandado de um antigo sobrado, ao lado da Oficina.

Ao entrar, difícil mesmo é algo te chamar a atenção, já que o que realmente impressiona é a quantidade de objetos das mais variadas utilidades e estilos, espalhados e empilhados pela loja.

E, quando ainda tentava assimilar toda variedade, a simpática atendente  avisa: “pode entrar”, se referindo a uma porta com passagem para o que seria um segundo salão:

Um mundo de bugigangas, balangandãs e miudezas se descortina após a porta. Tanta coisa que você nem sabe para onde olhar.

E por todo lado havia mais uma portinha que levava a mais um canto carregado  de trecos.

Artesanato, utensílios, objetos feitos de lata:

E até obras de arte, como o lindo sino de bronze que custa R$ 3.000,00 (me vê meia dúzia, por favor… kkkkk):

Tudo de todo jeito, para todos os gostos e de todos os preços.

Um lugar para suprir os devaneios da infância, já que, aqui entre nós, quem quando criança não sonhou ser esquecido em um lugar assim?

ÚTIL:

– A Oficina de Ourives Santíssima Trindade funciona de domingo a domingo, das 09h às 17:30h.

– Está localizada no largo das Forras, ao lado da Igreja Bom Jesus da Pobreza.

– Aceitam cartões.

 

Morro da Igreja São Francisco de Paula – TIRADENTES.MG

19 nov

Todo lugar tem seus cantos. E dentre os cantos, sempre há um preferido. Então, meu canto preferido em Tiradentes é o morro da Igreja São Francisco de Paula.

Simplesmente um lugar para sentar e apreciar em silêncio o sol se despedindo no horizonte, colorindo com o crepúsculo a bela imagem do centro histórico.

Ao longe,  o assobio da Maria Fumaça.  A tranquilidade paira nos desenhos coloridos das casinhas e na beleza imponente da Matriz.

E o tempo pareceria imóvel e anacrônico, não fosse um carro ou outro que, de quando em quando, sobe a ladeira para alcançar o morro.

Um lugar para se permitir não fazer nada. Apenas olhar ao longe e se sentir próximo de tudo aquilo, descansando o corpo e revigorando a alma.

ÚTIL:

– A Igreja São Francisco de Paula não é aberta à visitação. Sua construção data do século XVIII. O cruzeiro erguido em frente à Igreja data de 1718, ano da elevação do Arraial à Vila de São João del Rei (fonte: www.tiradentesgerais.com.br).

– O melhor acesso ao morro da Igreja é pela ladeira que se inicia bem em frente à Rodoviária, Rua São Francisco:

E agora, aquela musiquinha rimada que cantarolávamos na infância faz todo sentido  “Quem te conhece não esquece jamais. Oh! Minas Gerais” 😉   (A música  “Oh! Minas Gerais” é considerada por muitos o “hino” de Minas. Mais sobre este tema aqui)

Classic Fusca. Eu Fui! – TIRADENTES/MG.

2 nov

Sabe quando você tropeça e no tropeço acha uma nota de cinquenta reais no chão? Pois é, mais ou menos assim fomos parar no Classic Fusca. Quando planejamos ir a Tiradentes sequer sabíamos da existência desse evento e, de repente, assim que chegamos na cidade nos deparamos com uma praça repleta de fuscas, de todas as cores, anos e peculiaridades. Uma fusquetada polida e radiante brilhava no Largo das Forras, principal ponto de encontro em Tiradentes.

O que é mais interessante e coincidentemente intrigante é que meu companheiro de união instável, Sir Hélio, além de estudante de engenharia mecânica, também é um fuscólotra incorrigível e há alguns meses me colocou de lado para se dedicar integralmente à montagem artesanal de seu próprio fusca, algo tipo: fusca, faça você mesmo! Ah-Ah. Resumindo: ele simplesmente surtou com tudo aquilo. Estávamos, definitivamente, no lugar certo, na hora certa.

Essa foi a terceira edição do festival, que acontece anualmente em Tiradentes/MG. “O evento tem foco na preservação da história deste carro e é o único hoje no país aprovado pela lei Federal de incentivo a cultura, Rouanet, e pela lei Estadual de incentivo a cultura de Minas Gerais” (texto disponível em www.classicfuscafestival.blogspot.com).

O mais bacana é que, além da reunião de fuscas e outros modelos, segundo o Hélio, derivados da mesma plataforma do idolatrado besouro – Variant, SP2, Brasília, TL, fusca 4 portas – ainda rola uma feirinha de antiguidades, no geral, automobilísticas.

Um festival de peças “mosca branca”, em outras palavras, raríssimas. Tratam-se de peças originais que deixaram de ser fabricadas e hoje só são encontradas em alguns poucos sites, em sua maioria de colecionadores. Caríssimas, mas na feirinha estavam com preços moderados e até possíveis para quem há muito vinha desejando adquirir uma dessas (Hélio César).

Claro que não sairíamos de lá imunes ao consumo. O Hélio, eufórico como um menino que acabou de ganhar a primeira bicicleta, saiu da feira orgulhoso, carregando o, agora seu, singelo volante original dos primeiros fuscas e que deixou de ser fabricado na década de 70. Uma jóia, fuscamente falando, que, depois de muita negociação, saiu por R$ 250:

Fora isso, o festival deixou a cidade linda, já que  –  vamos combinar –  nenhum veículo automotor combina mais com o cenário de Tiradentes que o invocado besourinho. E a trilha sonora, Beatles e Blues, embalava o evento o dia todo e podia ser ouvida de vários cantos da cidade, arrematando com chave de ouro  nosso final de semana em Tiradentes.

– O Classic Fusca 2011 aconteceu nos dias 28,29 e 30 de outubro – Largo das Forras, Tiradentes/MG

– Mais sobre o Festival em www.classicfuscafestival.blogspot.com

– Twitter @classicfusca

CHICO DOCEIRO, a atração mais carismática de Tiradentes/MG.

2 nov

Vou ser bem sincera. Fiquei procurando, desenhando, catando as palavras certas para descrever com justiça essa pessoa e esse lugar. Queria colocar no “papel” exatamente o prazer que senti ao conhecê-lo e trocar dois, três, quatro e lá vão dedos de prosa com ele. Mas desisti, convencida que não dá para reproduzir em poucas linhas essa experiência. A simpatia pueril do Chico Doceiro é algo que não cabe nas palavras dos outros, você tem que ir até lá e ter sua própria experiência, na minha opinião, a mais cativante de Tiradentes.

O lugar é muito simples e funciona no que seria a garagem da residência.

Você certamente passaria batido por ele não fossem as placas que aguçam a curiosidade:

Quem é Chico Doceiro? E outra, por que ele aparece nas placas como ponto turístico da cidade? Pois é,  te conto logo, Chico Doceiro é uma celebridade  e seu pequeno e modesto estabelecimento tem  fila na calçada em feriados prolongados, quando a cidade lota de turistas. Todo mundo quer conhecer os cinquenta centavos mais preciosos de Tiradentes, o badalado canudinho de doce de leite:

Os canudinhos são realmente inesquecíveis (inclusive, nesse momento estou lembrando deles e morrendo de raiva. Devia ter trazido uns mil). Mas, como falei no início, Seu Chico Doceiro é que faz toda diferença. De outra forma, seriam apenas canudinhos.

 Tivemos a sorte de encontrar o estabelecimento vazio e assim tivemos a chance de tricotar com Seu Chico. Ele, que há 45 anos se dedica aos doces  nesse mesmo endereço, nos contou que no início era “tudo mais complicado”. Ele não tinha embalagens e para levar o doce de leite as pessoas traziam potinhos de casa ou ele colocava nas latas de leite vazias, usadas para fazer as guloseimas. “Hoje não! Tem embalagem pra tudo!”, disse ele, apontando para a geladeira onde reserva potes de doce de goiaba, abóbora e leite batido.

 O mais bacana é que mesmo com toda essa evolução, algumas coisas permanecem exatamente como nos velhos tempos:

 Alguém lembra do pão enrolado em papel e amarrado com barbante? Pois é, saímos de lá com nosso pacotinho embalado à moda antiga, o que – vou te contar –  deixou  o doce ainda mais gostoso rs rs:

O canudinho é a grande vedete, mas Seu Chico também vende cocadas, beijinhos e rosquinhas de amendoim, além dos doces cremosos que ficam na geladeira:

A unidade de qualquer doce custa R$ 0,70, os canudinhos saem por R$ 0,50. Quem quiser levar os preciosos para casa, pode comprar o kit gulodice (irresistível)  por R$ 10 ou R$ 15 e montar seu próprio canudinho em casa, assistindo televisão e se entupindo desse pecado:

 Tudo é preparado ali mesmo, no fogão à lenha da pequena cozinha:

A imagem do Seu Chico mexendo o tacho de cobre aparece em várias revistas, sites e blogs.  Já falei, apesar da simplicidade cativante, ele é uma celebridade. 😉

Imagem disponível em http://www.comida.ig.com.br

E, por falar em fama, perguntei pra ele: “Seu Chico, vira e mexe o senhor deve dar entrevista por aqui, não é?”. Ele deu um sorriso tímido e lembrou de uma revista “linda” (palavras dele) que mandaram para ele. “Vocês querem ver? Vou rapidinho buscar e já volto” (fofo demais). Segundos depois, volta todo orgulhoso com a revista na mão:

A intenção era nos mostrar a reportagem que fizeram sobre ele. E, tenho que concordar, linda matéria mesmo, à altura do entrevistado:

A vontade que dava era de não ir embora, mas ainda havia muito em Tiradentes para desvendar. De qualquer forma, no dia seguinte estávamos lá de novo… Tanto pela vontade pecadora de comer mais canudinhos, como pelo prazer de conversar mais um pouquinho com Seu Chico, sempre sorridente e prestativo.  Como disse no início, a atração mais carismática da cidade.

ENDEREÇO e COMO CHEGAR:

–  A casa do Chico Doceiro fica na Rua Francisco Pereira de Moraes, nº 74, Tiradentes. Para chegar, basta seguir na Rua dos Inconfidentes, sentido Largo das Forras – Estação Ferroviária. Prossiga nesta rua e vire à esquerda, na esquina da Pousada São Geraldo. Pronto! Você já está na rua do Chico Doceiro e, alguns metros depois da esquina com a Rua  dos Inconfidentes, à direita,  surgirá sua modesta casinha.

–  Aberto de domingo a domingo, das 08:30h às 19:00h.