Para cada um há uma Paraty ideal: Paraty histórica, Paraty praia, Paraty serra, Paraty cachoeira, Paraty mochileira, Paraty chique… Ou, no final das contas, tudo ao mesmo tempo.
No meu caso, caí meio que de paraquedas na cidade. Simplesmente precisava fugir de Aracaju no meu aniversário e, sem muito dinheiro sobrando, tinha que encontrar um lugar distante, lindo, especial e que não saísse tão caro. Tarefa nada fácil. Mas, como sempre tive Paraty nos meus devaneios turísticos, achei que era o momento. Despenquei pra lá sem um guia sequer (meus gatos pretos, assistentes de bruxaria), nenhum mapinha improvisado. Não fiz uma pesquisinha básica na internet e sequer sabia o nome do rio que corta a cidade (até porque, aqui entre nós, eu sequer sabia que tinha rio). Então, de Paraty, só sabia mesmo que era linda, histórica e que é endereço anual da FLIP.
Mas fomos… E, chegando lá, fiz o que acho mais gostoso na vida curiosa de turista: pedia dicas aos taxistas, garçons e comerciantes e, no mais, ia batendo de rua em rua e descobrindo, por conta e risco, cantinhos que me interessavam.
CENTRO HISTÓRICO:
Chegando lá, básico dar uma volta pelo Centro Histórico. Saindo da Pousada Morro do Forte, em uma caminhada curta já se chega à Ponte sobre o Rio Perequê-Açu (note que agora já sei o nome do rio). Atravessando a ponte, já estamos na Rua do Comércio, coração do centro histórico:
A partir daí, você pode ir caminhando pelas charmosas e pedregosas ruazinhas da cidade (onde calçado rasteiro e confortável é indispensável). E o astral mais pra cidade cenográfica que centro urbano, até porque o centro fica mais adiante, onde estão a rodoviária e agências bancárias.
Batendo perna, encontramos uma padaria centenária que fica na Rua do Comércio. Descobri por acaso e fiquei cliente. No final da tarde saem uns pães deliciosos! Comíamos todos os dias os pães de coco… os de creme… os de coco… os de qualquer coisa. Todos perfeitos 🙂
PASSEIO DE JIPE:
Mas o centro histórico é pequeno e, embora muito rico em informação, não se leva mais que um dia para conhecer, pelo menos, o essencial. Então, eis a questão: o que fazer em Paraty após destrinchar o centro histórico? A Bernadete, da Pousada (falei dela no primeiro post sobre Paraty), deu logo a dica: passeio de jipe.
Não deu outra. A própria Bernadete agendou o passeio e, pouco antes das 09h, o jipe nos pegou na Pousada.
O passeio é o seguinte: um tour pelas “bandas” da serra, passando por belas cachoeiras:
Fazendo pequenas trilhas no meio da mata, visitando alambiques e uma fazenda do século XVII:
E, em meio a tantas aventuras, há uma pausa para o almoço no Restaurante Villa Verde, no meio da mata atlântica:
A saída do restaurante ainda reserva uma última surpresa: uma travessia animada por uma ponte “balançante” sobre uma corredeira arisca, estilo Indiana Jones, rs rs rs.
A última parada é no alambique tradicional Engenho do Ouro, cuja produção de cachaça é ainda feita nos moldes artesanais de tempos remotos:
O alambique fica em frente a Igreja da Penha e ao marco da Estrada Real, caminho do ouro por onde, há 300 anos, escoava a produção de ouro e pedras preciosas até o Porto de Paraty:
Resumindo: o passeio é super bacana e dura praticamente um dia inteiro, já que só retornamos à pousada após as 16h. Fizemos com a Paraty Tours e, na época, custou R$ 50 por pessoa, sendo o almoço no Villa Real por nossa conta.
PASSEIO DE BARCO:
Outro passeio imperdível, sem sombra de dúvidas, é o de barco. Saindo do clima off road da serra, no dia seguinte embarcamos em uma aventura náutica. Seguimos até o largo da Igreja de Santa Rita, cartão postal de Paraty, de onde saem boa parte dos barcos de passeio:
Encontramos o barco do Paulo. Ele, um caiçara (=paratiense) muito simpático, foi nosso barqueiro exclusivo. Conseguimos que ele levasse apenas nós três no seu barco, cobrando R$ 20 por pessoa para um passeio de uma hora ( acabou durando mais um pouquinho… rs):
Preciso dizer que o passeio foi fantástico?? rs rs. Paraty é o encontro perfeito de terra (serra), céu e mar! Um lugar para se levar sempre na memória e no HD externo (foto e mais fotos).
PASSEIO DE CHARRETE:
E… Saindo do barco, fomos abordados pelo Tiago e por seu companheiro de trabalho, o Soldado (o tranquilo cavalo que puxava a charrete). A proposta era fazer um “charretour” pelo centro histórico. Topamos! Por R$ 15,00, o Tiago levou nós três em sua charrete.
O caso é que o passeio seria guiado pelo Tiago, que explicaria os pontos turísticos da cidade histórica. Entretanto… rs rs… Ocorre que o Thiago, além de ser uma figura, é muuuito gago e era praticamente impossível entender o que ele falava…rs rs… Nem o Soldado entendia e ele mesmo, o cavalo, ia, por sua conta, fazendo o percurso 😀 Mas, valeu! Foi rapidinho e divertido e, bem ou mal, o Tiago acabou sim, dando algumas indicações interessantes pra nós.
E PRA COMER?
Difícil, viu? Paraty é uma espécie de reduto goumert, opções de restaurantes não faltam e, em sua maioria, todos da melhor qualidade.
Eu, como sempre, na minha limitação alimentar, somada à escassez de tempo, não tive muitas experiências gastrônomicas por lá. Uma pena! Mas, mesmo assim, ainda trouxe umas diquinhas na mala:
O CAMARÃO ATROPELADO do Restaurante Ondina:
Dica do garçom, um simpatia de pessoa. O prato é D-E-L-Í-C-I-A e serve duas pessoas. No nosso caso, com nossas “boquinhas” de passarinho, comemos bem os três. O Ondina fica na Rua do Comércio, coladinho com a ponte sobre o Rio Perequê-Açú:
Os pratos não são baratos, mas uma pequena extravagância de vez em quando engorda a autoestima… rs rs rs
Do outro lado da rua, bem em frente ao Ondina, vai uma dica mochileira, pra lanchar bem sem gastar muito: o pequeno trailer que vende pastel de metro. Delícia também 😀
Para quem gosta de se aventurar em sabores mais exóticos, no caminho entre “nossa” Pousada e o Centro Histórico (Av. Princesa Isabel), havia um restaurante tailandês bem bonitinho, o Thai Paraty. Não resistimos à curisiodade e jantamos lá uma noite. O salão é pequeno, todo decorado com bananeiras e outros elementos que remetem a essa cultura. A comida, como disse, exótica, não agrada a todos. Eu gostei! 😉 Tanto da comida como do ambiente.
A Av. Princesa Isabel, onde fica o restaurante, é a ladeira que liga o Centro Histórico à entrada para o Morro do Forte. Uma vez em Paraty, é bem fácil localizá-la. Mais informações sobre o restaurante aqui.
Fora essas, ainda tem a dica do Restaurante Villa Verde, que faz parte do Passeio de Jipe. Excelente comida numa vista deslumbrante! Vale muito a pena também!
Moral da história: Paraty é um destino imperdível para mim, para ti, para todos (kkk Adoro esse clichezão bestão). Alguma coisa lá (seja a serra, seja o mar, seja a cidadezinha histórica), com certeza, vai te conquista 😉
– Para planejar sua viagem ( e não chegar lá totalmente sem noção, como eu… rs rs), alguns sites podem dar boas dicas:
http://www.paratyparati.com.br/