Vamos combinar… O primeiro turboélice a gente nunca esquece “mêêêsmo”!
Em razão dos últimos acontecimentos familiares, viajei final de semana passado para Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. Como de carro seriam aproximadamente 800 km de asfalto e quase dez horas de viagem, optamos pela “Voe Trip”. Além de menos cara, é a única, de verdade (embora a concorrência afirme o contrário), que oferece dois voos diários e em horários viáveis para o trecho Aracaju – V.da Conquista, com uma curta escala em Salvador.

O que a “miss porta” aqui não sabia: que, ao iniciar o embarque, eu me depararia com um avião estilo Indiana Jones, tipo “tó tó tó” voador do deserto, tecnicamente denominado turboélice. Certo! Já que não dava para correr, o jeito foi fazer cara de elegante e encarar. Outros desavisados como eu ainda ensaiaram um mini pânico, mas logo alguém vem com aquela conversa salva-vidas “não! Este tipo de avião chega a ser mais seguro que os de turbina”… Nessa hora, você nem questiona, já que acreditar cegamente é o melhor remédio. O mais interessante é a rapidez com que as pessoas sentam e imediatamente apertam os cintos, bem bem bem “todo mundo em pânico”.

O que também eu não sabia: que esse tipo de aeronave é mais “balançante” (balançante meeeesmo, vá por mim) nas turbulências, ventanias ou mau tempo e, nessas oportunidades, você pensa realmente que chegou sua hora e que o “bicho” vai cair, mas nada além de uma impressão leiga e desinformada. Li depois na internet que isso é normal neste tipo de aeronave. Falando sério, apesar dos sustos, o voo é rápido, tranquilo e você chega ao seu destino da mesma forma e com a mesma segurança de qualquer outra viagem aérea. Na pior das hipóteses, se durante o voo, por qualquer razão, você for acometido por uma situação de “mini pânico individual”, #ficaadica: procure observar o semblante das aeromoças. Caso elas permaneçam serenas e com a cara de que nada está acontecendo, é porque realmente nada está acontecendo… eheheh!
A aeronave que viajamos foi um ATR 72-500. Pequena, tem capacidade para 68 passageiros:

A bagagem de mão, quanto menor melhor, para não correr o risco de virar bagagem de pé, como aconteceu com a minha:

Como se trata de uma aeronave de pequeno porte (dimensão interna de 1,91m de altura), os compartimentos de bagagem têm pouca altura e profundidade, razão pela qual minha pequena mala não coube nos referidos compartimentos e teve que seguir nos meus pés, reduzindo ainda mais o já curto espaço para esticar as pernas. Outra implicação é que a aeronave não se encaixa nos fingers (pontes de embarque que fazem a ligação entre o portão de embarque e a aeronave) e o acesso é diferenciado nos aeroportos que utilizam esse sistema (que não é o caso de Aracaju, tampouco de Conquista).
A franquia de bagagem despachada segue a regra dos 23 Kg. Serviço de bordo seguindo o atual modelo básico da aviação nacional, “passagem em conta e biscoitinho”, ou seja, refrigerante e biscoitos. E, para quem se incomoda com barulho, no check-in peça um lugar longe da asa, ok?


Compartimento de bagagem de mão.
Mas, passadas essas pequenas agruras, vale dizer que o atendimento da empresa é VIP. Os funcionários são prestativos e atenciosos e a tripulação também é bastante solícita. Além disso, tanto na ida como na volta, as saídas dos voos foram pontuais. Pra mim, valeu muito o custo-benefício. Fiquei cliente!
Chegando no pequeno Aeroporto de Vitória da Conquista, em pouco mais de vinte minutos de carro estávamos em Planalto/BA, nosso destino final. De outra forma, sairíamos às cinco da matina de Feira de Santana, percorreríamos 400 km de tráfego intenso pela Rio-Bahia (Br-116 Sul), passando e engarrafando nos quatro pedágios espalhados pelo percurso. Diz aí? God save the TRIP!

Aeroporto de Vitória da Conquista/BA.

Planalto/BA
E Planalto… Um mimo à parte! Além de fazer parte da nossa história e das nossas lembranças de infância, é sempre uma delícia estar em família e reviver essa atmosfera típica de interior… Fogão a lenha, pomar no quintal, paz no espírito.

Tia Nice, a anfitriã, é a irmã mais velha do meu pai e mãe de coração de toda a família. Sorridente e sempre de bem com a vida, adora flores e gatos. Não é à toa que por todos os lados em sua casa você se depara com alguma espécie “floral”, sempre carregadas de beleza:



Destaque para a Açucena (Amaryllis)… Liiiinda demais! Cheia de vigor, vestida no seu vermelho radiante:


A casa sempre cheia e a mesa sempre farta de comida, conversa e carinho. Zelo e dedicação nos pequenos detalhes:


E cruzando um portãozinho de madeira improvisado no muro, damos no pomar da Dalva (querida vizinha de anos, parte da família):

PESSEGUEIRO

Pesseguinho (lindo!) 🙂

Berinjelo (isso! O marido da berinjela)
Em um canto do quintal, lenha para o fogão e, na cozinha, comida cheirando na panela. Por que comida feita em fogão a lenha parece sempre mais cheirosa?


Em Planalto, quase toda casa tem um fogão a lenha e pela manhã sai quentinho do forno o famoso biscoito avoador, típico da região:

A receita, feita à base de polvilho (goma), passa de geração em geração e mantém viva essa tradição regional. O chimango, outra espécie do gênero, também faz parte do cardápio local e é impossível ir ao planalto conquistense (região de Poções, Planalto e Vitória da Conquista) e não se deparar com esses biscoitos. Toda padaria, mercearia, mercadinho, barraca de feira e até posto de gasolina tem pra vender. Meu pai sempre volta de lá com um monte deles. Básico!


CHIMANGO
No mais… Boas risadas, boas histórias e sempre boas lembranças. Foi em Planalto, por exemplo, que aprendi a andar de bicicleta já “moça velha”, aos treze anos (todo mundo aprende aos nove!). Guardo Planalto no coração e vale dizer que, em se tratando de viagem, não existe destino definido. Turístico ou não, destino certo é o que te faz feliz!
ÚTIL:
– Para tomar nota da receita do biscoito avoador e chimango, clique aqui e aqui. E mais um pouquinho sobre o biscoito aqui.
– Voos, passagens e mais informações sobre a TRIP em www.voetrip.com.br