O MINISTÉRIO DO BOM SENSO ADVERTE: ESTE POST NÃO PRETENDE DISCUTIR TENDÊNCIAS POLÍTICAS.
Dito isto, vamos aos fatos turísticos que contemplam a lindinha Alta Gracia, na região das ‘Serras’, nos arredores de Córdoba ❤
A uma hora de Córdoba, Alta Gracia conquista seus visitantes com ruas tranquilas e arborizadas, temperatura amena e vista para as montanhas.
Quando desembarcamos no pequeno, mas organizado terminal de ônibus da cidadezinha, tínhamos uma única pretensão: o Museu Casa del Che. Já no terminal, uma pequena sala à esquerda do desembarque oferece informações turísticas, mapas e encartes sobre pontos turísticos. O atendente, muito solícito, rabiscou o melhor caminho para o nosso destino.
O terminal fica às margens do córrego que corta a cidade, Arroyo Chicamtoltina. Como nossa ideia era desbravar tudo a pé, seguimos o mapa fornecido na rodoviária. Confira o mapa em PDF aqui.
Descemos as escadarias da entrada principal do terminal, atravessamos o arroyo, cruzamos a Praça das Américas e, após subir e descer ruas por uma localidade bem residencial, fomos bater na casa do Che [Alameda Avellaneda, 501].
Na entrada, o primeiro susto: em maio de 2015, o ingresso estava custando 75 pesos. O museu mais caro da viagem. Para nós, valeu cada peso suado < A dica é comprar o passaporte para 3 museus – Casa do Che, Museu Manuel de Falla e Gabriel Dubois – que, na época, saía a 85 pesos>
Independente de qualquer orientação política, é indiscutível reconhecer Che Guevara como um dos grandes nomes da História das Américas.
Na década de 30, a família Guevara mudou-se para Alta Gracia procurando alívio para a asma do pequeno Ernesto. Villa Nydia, a casa agradável e acolhedora da Alameda Avellaneda, onde hoje funciona o museu, foi a residência de Che Guevara entre 1935 e 1943.
A Casa – dividida em salas que levam nomes de pessoas importantes na vida de Guevara – conta um pouco da história do ‘revolucionário’ com documentos, fotos e objetos, reproduzindo alguns espaços de sua infância e adolescência.
Parte do acervo, entretanto, são apenas reproduções de documentos e objetos, mas o encontro com a moto Norton 500, nos moldes da utilizada por Che e Alberto Granado em suas andanças pela América do Sul, já deu um estalo no coração, fã de “Diários de Motocicleta“. Desde 2011, as cinzas de Granado estão no museu, ao lado da moto, na sala que leva seu nome, Alberto Granado.
A visita oferece, entre outras coisas, um singelo encontro com vida familiar de Che Guevara.

Che com sua esposa, Aleida March, e seus filhos – em Havana – Acervo do Museu Casa del Che – Alta Gracia – ARGENTINA.

Che Guevara com a filha Hilda Beatriz – Havana, 1960 – Acervo do Museu Casa del Che, Alta Gracia – ARGENTINA.
E caminhar pelos ladrilhos por onde correu, brincou e cresceu um personagem tão instigante, à direita ou à esquerda, não deixa de ser uma experiência histórica.
Saindo da ‘Casa de Che’, percebemos que nosso erro foi subestimar o potencial encantador de Alta Gracia. Chegamos lá depois do almoço e notamos que a cidade merecia pelo menos um dia inteiro, para caminharmos tranquilos por suas ruas de casas graciosas entre árvores de outono.
Seguindo em direção a Plaza Solares, passamos pelo imponente e tradicional Sierras Hotel, famoso por ser o primeiro cassino da Argentina. A partir daí, chegar até o miolo histórico onde está o Museu Nacional de la Estancia Jesuítica de Alta Gracia, na Plaza Solares, rende uma caminhada de 20 a 30 minutos.
Na Praça, ao lado do Museu – uma estância jesuíta erguida no século XVII – está a Igreja Nuestra Señora de la Merced, construída entre 1723 e 1762, integrada à estância.
Atravessando a praça, na lateral da Estância oposta à Igreja, está o Relógio Público, planejado em 1938 para comemorar o aniversário de 350 anos de Alta Gracia. Na base, uma salinha funciona como ponto de informações turísticas.
No mesmo ponto, estende-se El Tajamar, considerado o dique artificial mais antigo da Província de Córdoba. Construído pelos Jesuítas em 1659, hoje dá vida a um parque arborizado no coração da cidade.
Às 14h30, nos deparamos com tudo fechado, de lojas a restaurantes. O Museu só iniciaria as visitas às 16h e, lá pelas 15h30, percebemos que já havia um grupo de crianças de uma escola local na nossa frente <Por sinal, encontramos grupos escolares em quase todos os museus que visitamos na Província de Córdoba. Coisa linda! 😛 >
A entrada, no valor de 35 pesos (em maio de 2015), também desanimou. Rendidos pelo cansaço e pelo dinheiro contado no bolso, acabamos indo embora sem conhecer a Estância. Nesse caso, nosso conselho é dedicar pelo menos um dia inteiro para Alta Gracia, chegando por lá ainda no início da manhã 😉
De ônibus, partindo de Córdoba, a melhor maneira de chegar a Alta Gracia é nos micro-ônibus que saem do Terminal do Mercado Sud, na Boulevard Arturo Illia. Confira a localização deste terminal aqui.

Terminal de ônbius do Mercado Sud – Córdoba – ARGENTINA
– A Empresa Sarmiento faz a linha Córdoba-Alta Gracia com saídas de 10 em 10 minutos, nos dois trechos, até 22h30, último horário de saída de Alta Gracia para Córdoba (informações de maio de 2015).
– Antes de seguir para a rodoviária, o micro-ônibus para em diversos pontos de Alta Gracia. Informe-se com o motorista qual seria o mais adequado para suas pretensões.
– Alta Gracia tem um site muito bacana, com diversas informações sobre a cidade, inclusive mapas: www.altagracia.gov.ar ;
– MAPA DE ALTA GRACIA em PDF aqui.
– Nessa viagem também visitamos outra Estância Jesuíta, no interior da Província de Córdoba. Saiba mais no post sobre Jesus Maria.
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