As duas últimas semanas que passaram foram tão tão tão e tão estressantes que sequer tive tempo de fazer o post corriqueiro de toda pré-viagem: arrumando as malas. Por essas e outras é que CURAÇAO terá, merecidamente, uma exceção inédita. Já que não deu para bater papo enquanto arrumávamos as malas – loucos e agoniados, uma hora antes de viajar e depois de provas, reformas e chateações funcionais – aí vai um “dessarumando as malas”, mais tranquilo, já direto do nosso querido destino, há seis meses tão tão tão esperado.
Assim, aqui estamos em CURAÇAO, o “C” das três ilhas do ABC Caribenho (A e B – Aruba e Bonaire), nas Antilhas Holandesas. Sim! Por se tratar de território, até 2010, holandês, por aqui, como era de se esperar, se fala holandês e a moeda local é o florim. Resultado: você não entende absolutamente nada e, embora também se fale espanhol, esse é de todo incompreensível (pelo menos para aqueles que, como nós, só arranham, muito mal, no “portunhol”). Mas com mímicas e números todo mundo se entende! Ah-ah. As pessoas, em sua maioria, são simpáticas e o lugar é de uma beleza tão cuidadosa, que mais parece uma frente falsa de prédios, recém coloridos para a próxima tomada.
COMO e QUANTO:
Chegamos por aqui ontem (09/12/2011 – meu aniversário… ehehe), após 20 horas de viagem, entre conexões e esperas intermináveis em aeroportos.
– Para chegar em CURAÇAO, em julho (2011) compramos as passagens SALVADOR – CARACAS com milhas do SMILES (10.000 milhas por trecho e por pessoa). Na mesma oportunidade, compramos o trecho CARACAS – CURAÇAO pela empresa aérea DAE. Na verdade, após uma breve pesquisa, essa me pareceu a mais confiável, além de ter um site simples e direto (http://flydae.com/) e também oferecer horários viáveis. Ao todo, ida e volta para duas pessoas na GANGA CLASS (creio que classe econômica) ficou US$ 535,00.
Dica de última hora: Poucos dias antes de viajar, fomos avisados por amigos que, provavelmente, nesse valor não estariam incluídas as taxas de embarque. Dito e certo, no check-in da Dae, em Caracas, tivemos que desembolsar 465 bolívares para pagar as taxas de embarque (valor total para dois passageiros). Seria um susto daqueles se já não estivéssemos avisados. Daí porque a importância de comprar alguns bolívares durante o trânsito em Caracas (dólar não rola… Lembre que estamos falando da Never Land de Hugo Chavez).
– A Gol oferece um voo semanal direto para CURAÇAO, que sai aos sábados de Brasília. Em julho, para compra normal (digo, sem Smiles), só havia disponibilidade para janeiro de 2012. Diante disso, pensamos o seguinte: caraca! rs rs. Pronto! Acrescentamos um S e resolvemos a questão.
– Em Caracas, como também já haviam nos avisados, ao cruzar o desembarque, você será sugado por uma onda de indivíduos de blusa azul, oferecendo táxi e câmbio. Câmbio negro, claro! Já estávamos cientes que no “informal” sairia mais conta e assim, conseguimos a razoável pechinha de 600 bolívares por 100 dólares. No câmbio oficial os mesmos US$ 100 renderiam apenas 400 bolívares.
– Após algumas longas horas de espera em Caracas, finalmente embarcamos no Fokker 100 da DAE e, 30 minutos e um copo d’água depois (posteriormente trataremos em detalhes sobre o serviço de bordo em questão), desembarcamos, finalmente, no Aeroporto Internacional (e fofinho) de CURAÇAO.
– Tão logo saímos do simpático, porém resumido, Aeroporto, nos deparamos com a primeira peculiaridade da Ilha. Ao procurarmos um táxi, notamos que ao invés de carros comuns e com viagens, digamos, individualizadas, os táxis de CURAÇAO na verdade são vans e fazem a corrida no estilo táxi-lotação. Nada mal. Naquele momento queríamos apenas chegar e na primeira vaga que surgiu, empacotamos de mala e cuia dentro da van. A corrida até nosso Hotel, em Otrobanda, custou 35 doláres.
O QUE e ONDE:
– Para hospedagem, como sempre, o que queríamos era uma opção confortável, bem localizada e com preço razoável. CURAÇAO ainda não é um destino, digamos, drasticamente explorado se comparado aos demais destinos caribenhos. Ainda assim vi algumas opções de hotéis na internet, em sua maioria caros e localizados próximos às praias. Não era nosso foco. Foi então que o Léo – o bom e velho Léo da Flytour – nos indicou o Howard Jonhson Plaza Hotel.
Não tinha a menor noção de localização na ilha, até porque há pouquíssimo material sobre esse destino na internet, e quase nada quando se procura por guias impressos, sobretudo em português. Sabia apenas que deveria ficar em Willemstad, coração – que gracinha de clichê – de CURAÇAO. Diante disso, fui, sem questionar, na indicação do Léo e, agora, posso falar sem medo: foi “O” acerto. O hotel é confortável, limpo, mas nenhum adjetivo o define melhor do que bem – muitíssimo bem (para não ser injusta) – localizado. SEIS DIÁRIAS em quarto duplo, SEM café da manhã, totalizaram R$ 1265,00.
– Estamos nada menos que em Brionplein (não se iluda, também não me diz muita coisa), em Otrobanda. De cara com a ponte móvel Queen Emma, que liga Otrobanda a Punda, no miolinho animado onde tudo acontece, tanto de um lado (Punda), como de outro (Otrobanda). Perfeito. Não bastasse isto, a vista da nossa janela… … Mata qualquer um de inveja:
Mas como a inveja alheia não é nosso foco, preciso dizer que o hotel tem suas falhas e, certamente, a maior delas é NÃO oferecer internet de forma alguma, nem no lobby. Razão pela qual estou postando tudo isso aqui de uma Lan House, ao lado do hotel (menos mal, mas ainda assim um transtorno).
E O DIN?
– Não consegui comprar os ditos “florins” em Aracaju. Na verdade, a moeda corrente chama-se, formalmente, Nafl – Florim das Antilhas Holandesas, carinhosamente chamada de florim. Acabamos entendendo que a melhor opção seria comprar dólar para fazer o câmbio aqui mesmo. Hoje, um sábado (10/12/11), não encontramos um banco ou casa de câmbio sequer para fazer a transação. Uma policial, muito solícita, informou que seria possível comprar a moeda com taxitas ou nos Cassinos. Trocamos a moeda no Cassino (e Hotel) Otrobanda, ao lado do nosso hotel. Não tínhamos a menor noção do câmbio, mas havia pesquisado que, oficialmente, seria fixo, 1 dólar = 1,75 Nafl. Compramos 900 florins com 500 dólares (note que a 1,80, o câmbio do cassino não é dos mais favoráveis).
– Por aqui, mais ou menos como acontece na Argentina, praticamente todos os estabelecimentos comerciais trabalham com preços na moeda local e em dólar, inclusive os táxis. Via de regra, te dão sempre os dois valores, em dólar e Naf. Mas para não ter surpresas, é sempre bom ter sua reserva de florins na carteira.
INFORMAÇÕES ÚTEIS:
– Apesar da escassez de material sobre CURAÇAO, consegui encontrar alguns sites que realmente ajudaram. Dentre estes, o que mais utilizei foi o www.curaçao.com. Eles também contam com um canal exclusivo de comunicação para brasileiros no twitter. Precisei tirar dúvidas e fui prontamente respondida. Vale anotar: @curacaobrasil_
– Para brasileiros, a documentação necessária para entrada em CURAÇAO limita-se a passaporte válido. No avião, como de costume, você deverá responder ao formulário de imigração, em papel cartão rosinha bebê, uma meiguice.
– Para entrada na Venezuela é pedido apenas carteira de identidade. Passaporte não é regra, porém se tiver, leve. Renderá um belo carimbo kkkkkk. Além disso, também é informado sobre a exigência de carteira de vacina contra febre amarela. Não solicitaram, mas, nesse quesito, vale a ressalva: independente do seu destino, tome a bendita vacina e anexe o cartão ao seu passaporte. Isso resolve de vez a celeuma de quando e onde a referida carteira é exigida (conselho do Ricardo Freire – viaje na viagem).
– A diferença de horário são duas horas a menos em relação ao horário de verão do Brasil. Sem horário de verão, uma hora a menos (Dã! rs… Não vou mentir que fiz altos cálculos para chegar a essa conclusão. Matemática é algo que nunca me pertenceu).
– E o que descobrimos por acaso, procurando algo para assistir na TV: o CANAL 17, que mostra a tabela de horários dos voos do Aeroporto Internacional de Curaçao:
No mais, vou continuar por aqui, curtindo CURAÇAO. Feliz (e como…) da vida! Já pretinha pretinha de apenas um dia de sol escaldante e caribenho.
– Veja como essa viagem terminou aqui.
– E veja também como conseguimos superar as más lembranças aqui.