Vou ser bem sincera. Fiquei procurando, desenhando, catando as palavras certas para descrever com justiça essa pessoa e esse lugar. Queria colocar no “papel” exatamente o prazer que senti ao conhecê-lo e trocar dois, três, quatro e lá vão dedos de prosa com ele. Mas desisti, convencida que não dá para reproduzir em poucas linhas essa experiência. A simpatia pueril do Chico Doceiro é algo que não cabe nas palavras dos outros, você tem que ir até lá e ter sua própria experiência, na minha opinião, a mais cativante de Tiradentes.
O lugar é muito simples e funciona no que seria a garagem da residência.
Você certamente passaria batido por ele não fossem as placas que aguçam a curiosidade:
Quem é Chico Doceiro? E outra, por que ele aparece nas placas como ponto turístico da cidade? Pois é, te conto logo, Chico Doceiro é uma celebridade e seu pequeno e modesto estabelecimento tem fila na calçada em feriados prolongados, quando a cidade lota de turistas. Todo mundo quer conhecer os cinquenta centavos mais preciosos de Tiradentes, o badalado canudinho de doce de leite:
Os canudinhos são realmente inesquecíveis (inclusive, nesse momento estou lembrando deles e morrendo de raiva. Devia ter trazido uns mil). Mas, como falei no início, Seu Chico Doceiro é que faz toda diferença. De outra forma, seriam apenas canudinhos.
Tivemos a sorte de encontrar o estabelecimento vazio e assim tivemos a chance de tricotar com Seu Chico. Ele, que há 45 anos se dedica aos doces nesse mesmo endereço, nos contou que no início era “tudo mais complicado”. Ele não tinha embalagens e para levar o doce de leite as pessoas traziam potinhos de casa ou ele colocava nas latas de leite vazias, usadas para fazer as guloseimas. “Hoje não! Tem embalagem pra tudo!”, disse ele, apontando para a geladeira onde reserva potes de doce de goiaba, abóbora e leite batido.
O mais bacana é que mesmo com toda essa evolução, algumas coisas permanecem exatamente como nos velhos tempos:
Alguém lembra do pão enrolado em papel e amarrado com barbante? Pois é, saímos de lá com nosso pacotinho embalado à moda antiga, o que – vou te contar – deixou o doce ainda mais gostoso rs rs:
O canudinho é a grande vedete, mas Seu Chico também vende cocadas, beijinhos e rosquinhas de amendoim, além dos doces cremosos que ficam na geladeira:
A unidade de qualquer doce custa R$ 0,70, os canudinhos saem por R$ 0,50. Quem quiser levar os preciosos para casa, pode comprar o kit gulodice (irresistível) por R$ 10 ou R$ 15 e montar seu próprio canudinho em casa, assistindo televisão e se entupindo desse pecado:
Tudo é preparado ali mesmo, no fogão à lenha da pequena cozinha:
A imagem do Seu Chico mexendo o tacho de cobre aparece em várias revistas, sites e blogs. Já falei, apesar da simplicidade cativante, ele é uma celebridade. 😉

Imagem disponível em http://www.comida.ig.com.br
E, por falar em fama, perguntei pra ele: “Seu Chico, vira e mexe o senhor deve dar entrevista por aqui, não é?”. Ele deu um sorriso tímido e lembrou de uma revista “linda” (palavras dele) que mandaram para ele. “Vocês querem ver? Vou rapidinho buscar e já volto” (fofo demais). Segundos depois, volta todo orgulhoso com a revista na mão:
A intenção era nos mostrar a reportagem que fizeram sobre ele. E, tenho que concordar, linda matéria mesmo, à altura do entrevistado:
A vontade que dava era de não ir embora, mas ainda havia muito em Tiradentes para desvendar. De qualquer forma, no dia seguinte estávamos lá de novo… Tanto pela vontade pecadora de comer mais canudinhos, como pelo prazer de conversar mais um pouquinho com Seu Chico, sempre sorridente e prestativo. Como disse no início, a atração mais carismática da cidade.
ENDEREÇO e COMO CHEGAR:
– A casa do Chico Doceiro fica na Rua Francisco Pereira de Moraes, nº 74, Tiradentes. Para chegar, basta seguir na Rua dos Inconfidentes, sentido Largo das Forras – Estação Ferroviária. Prossiga nesta rua e vire à esquerda, na esquina da Pousada São Geraldo. Pronto! Você já está na rua do Chico Doceiro e, alguns metros depois da esquina com a Rua dos Inconfidentes, à direita, surgirá sua modesta casinha.
– Aberto de domingo a domingo, das 08:30h às 19:00h.
Poxa, assim não vale, não trouxe nenhum pra mim. kkkk
Menino! Nem fale! Agora, acho que valia a pena viajar igual retirante, cheia de sacolas. Não trouxe e agora estou (ou melhor, estamos, rs) na vontade 😦
deve ser tudo muito bom .. essa cidade tem tudo de Portuguesa, ao ver as casas e os telhados parece que é aqui, gostava de conhecer, claro !
esse senhor tem “pinta” de Português
Estava dizendo isso agora para minha mãe… Que Tiradentes é um pedacinho de Portugal lá em Minas. Tanto pelo cenário como pelos personagens. Tudo perfeito, tal qual a terra lusa! 😉
Engraçado é vê a descrição das suas fotos: ‘momento tiete!’ kkkkkkkkkk
Chico Doceiro! Que ideia brilhante desse docinho, além do mais com doce leite de tacho huuuuuuuuum ^^
vc como sempre despertando meu desejo de conhecer lugares, mas enquanto as viagens não chegam, eu as imagino *-*
Essa foto do Sr Chico Doceiro, mexendo o tacho, lembrou-me de quando eu era criança e minha mãe fazia doce de leite, cocadas… Eu não dispensava a raspa do fundo da panela, era gostoso demais!
Têm coisas que é impossível esquecer; o pão enrolado em papel e amarrado com barbante é uma delas. Velhos Tempos, Belos Dias!
Gostei da novidade: Agora as fotos do Miss, vêm com o logotipo. Exclusividade total. Rs rs rs.
Pois é! Não gosto muito não 😦 Mas acabou sendo necessário (logo nas fotos)
Ah! Também adorava raspar a panela. Até hoje faço isso quando minha mãe faz bolo ou calda de chocolate.
E pão no barbante… Tempo bom aquele… E mais, ecologicamente correto 😉
Lindo post!
Adorei!
Tem mais dicas sobre Tiradentes?
Tive a felicidade de conhecer essa figura carismática e saborear seus maravilhosos doces!Não dá pra descrever tem que provar!Vou voltar lá com minha família,se Deus Quizer.
Aaaah! Ele é um fofo! Quanta simpatia, não é?
Deu até saudade. Também quero voltar com minha família.
Todo mundo merece conhecer “Chico Doceiro”! 😉
Abraço